O mercado fitness global deve atingir $169.7 bilhões até 2030. Contudo, dados da IHRSA indicam que até 50% dos novos membros de academias desistem nos primeiros 6 meses. O modelo tradicional de baixo custo ou focado apenas em equipamentos falha consistentemente na retenção.

A desistência raramente está ligada apenas à motivação individual. Ela está ligada à percepção de valor. O consumidor de 18 a 35 anos, cético e digitalizado, não busca apenas aparelhos. Ele exige eficiência, conexão social e uma experiência sensorial integrada.

Analisamos o modelo "everything gym", impulsionado por marcas como a Club Studio (EUA) e exemplos premium como Les Cinq e Six (BRA). Entenda os 5 pilares que movem esta tendência e o que ela revela sobre o futuro do consumo de bem-estar.

Academia Six Sport Life na cidade de São Paulo

Eficiência: O Fim do "Deslocamento de Fitness"

O consumidor moderno enfrenta o atrito do "deslocamento de fitness": o tempo perdido entre a academia de musculação, o estúdio de yoga e a aula de boxe em locais diferentes. As academias-clube eliminam essa fricção. Elas consolidam 5 ou 6 modalidades boutique (HIIT, pilates, spinning) sob o mesmo teto.

O benefício tangível é a otimização radical do tempo. O consumidor economiza horas semanais de logística. Isso transforma a percepção de "ir à academia" de uma obrigação para uma solução de alta eficiência. O valor não está no equipamento, mas na consolidação do serviço.

  • O consumidor paga por conveniência logística.

  • A consolidação de serviços justifica um ticket médio superior.

  • Marcas que reduzem o atrito do dia a dia vencem.

O "Terceiro Lugar": Mais que Suor, Conexão

O conceito sociológico de "terceiro lugar" (um espaço que não é casa, nem trabalho) é central nesta tendência. A Fitness International, dona da LA Fitness, projeta 50 unidades da sua nova marca, Club Studio, no próximo ano. O investimento agressivo mira a construção de hubs sociais.

Esses locais incluem áreas de coworking, cafés e lounges de alto padrão. A proposta de valor migra de "fitness" para "comunidade". O treino se torna o pretexto; a conexão social e o networking são o produto real.

Recuperação como Serviço

A mentalidade "no pain, no gain" foi substituída pela performance inteligente. Serviços de recuperação (recovery) são o novo padrão mínimo para o consumidor premium. O acesso ilimitado a crioterapia, saunas infravermelhas e botas de compressão é esperado.

O benefício é a aceleração da recuperação fisiológica. Isso permite ao consumidor treinar com mais consistência e menos lesões. A academia deixa de ser um local que causa desgaste e passa a ser um sistema que gerencia o bem-estar completo do corpo.

  • A recuperação deixou de ser um luxo para ser uma necessidade percebida.

  • Tecnologias de recuperação agregam valor científico tangível.

  • O ciclo "Treino > Recuperação > Treino" aumenta a fidelização.

A Economia da Experiência Sensorial

O "servicescape" (o ambiente físico do serviço) impacta diretamente a retenção de clientes. Estes clubes não parecem academias; parecem hotéis boutique. O design, a iluminação, a acústica e até a aromatização são projetados para reduzir o estresse cognitivo.

Um estudo publicado no Journal of Sport Management (Theodorakis, N.D., et al., 2017) validou que fatores ambientais e sociais ("servicescape") são preditores fortes da satisfação e intenção de recompra do cliente em centros de fitness. O consumidor paga pela sensação que o ambiente proporciona.

O Insight Central: O Fim do Produto Único

O modelo "Club Studio" não é sobre fitness; é sobre bundling (agrupamento estratégico de serviços). O consumidor da Geração Z (18-35) rejeita soluções fragmentadas. Ele cresceu com ecossistemas digitais (como Apple ou Google) e espera a mesma integração no mundo físico.

A fragmentação é o maior atrito. Este modelo prova que o consumidor deseja uma plataforma única para seu bem-estar. Para as marcas, este é um insight de consumo poderoso: o futuro do bem-estar é integrado. Isso demonstra que a experimentação de produto deve ser contextualizada. O consumidor quer ver como o produto se encaixa em seu estilo de vida completo, não isoladamente.

A ascensão das academias-clube não é uma moda. É um sinal claro de que o consumidor trocou a compra de "acesso a equipamentos" pela aquisição de "tempo otimizado, comunidade selecionada e experiência integrada". O produto final é o ecossistema, não a esteira ou a anilha.

Este é o poder dos insights de consumo aplicados ao desenvolvimento de serviços. A Experimentai utiliza sampling inteligente para conectar marcas a consumidores que buscam exatamente essas experiências completas. Clique a baixo para garantir sua próxima experiência :)

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